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segunda-feira, 18 de abril de 2016

A jornada da volta (temporária) pra casa - Parte 3: Amsterdã


Saí de Bruges de trem rumando a Amsterdã. Sabia que não teria muito tempo lá (por volta de 1 dia e meio), mas era o que tinha disponível antes da volta de fato pro Brasil. Depois desse período eu ainda precisaria voltar à Bruxelas, de onde o primeiro voo da sequência me levaria "de volta pra minha terra". Por hora, o roteiro pra Amsterdã consistia em sair de Bruges e depois de mais ou menos uma hora e meia chegar em Antwerpen, onde pegaria aguardaria meia hora para pegar um outro trem rumo a capital da Holanda.

Ao chegar em Antwerpen veio logo a surpresa: o meu trem atrasaria meia hora, e mais, o trem anterior com o mesmo destino chegaria quase que no mesmo momento, ou seja, estaria 2 horas atrasado! A estação estava cheia de gente esperando por esses trens, e aproveitei o tempo pra aumentar a minha soma de waffles comidos na Bélgica. A essas horas eu já estava usando o aplicativo do site onde comprei as passagens (e acredito ser a empresa responsável pelos trens), e que trazia as informações completas e atualizadas a respeito de onde o trem estava, além da plataforma correta e a identificação do mesmo não estou fazendo "merchan", o negócio é bom mesmo!. Ou seja, tudo que eu precisava ter quando saí de Bruxelas pra Bruges e mal sabia onde estava. Minha preocupação naquele momento era porque eu voltaria pra Bruxelas no mesmo itinerário desse trem, e comecei a me preocupar se era mesmo tão comum ele se atrasar, uma vez que o planejado já era chegar em no aeroporto bem em cima das 2 horas antecipadas recomendadas.

O trem veio, e após pouco mais de uma hora eu já desembarcava em outro país. Estava com um pouco de receio de chegar tão tarde na cidade e no hostel Brazilian feelings - já era mais de 23hs -  mas o que vi ao sair da estação foi uma Amsterdã linda e ainda bem movimentada. Aliás, a vista ao sair da estação (e do próprio edifício da estação) foi uma das mais bonitas que já pude ver! Precisei andar uns 15 minutos até chegar ao hostel, mas tive uma primeira impressão muito boa da cidade, sem todos os perrengues que tive de cara em Bruxelas. Em Amsterdã me hospedei no Shelter City, um hostel cristão no meio do Red Light District. Por mais contraditório que isso possa parecer, minha experiência lá foi bem tranquila, e com um ótimo custo-benefício, levando-se em conta o pago e o oferecido. Por conta do horário, só cheguei, fiz o check-in e daí foi banho e cama mesmo.

O dia seguinte começou cedo, e após um bom café da manhã no hostel, fui andando para o famoso museu da Anne Frank. Não vou entrar em muitos detalhes aqui - até porque o livro baseado no diário da garota é bastante famoso e você já deve ter ouvido falar nela - mas o fato é que comecei a lê-lo pouco antes de viajar e estava encantado e intrigado com a oportunidade de poder visitar o local onde ela e sua família ficaram trancafiados por anos, se escondendo dos horrores da Segunda Guerra. Curti bastante a caminhada até o museu, cruzando vários dos lindos canais cidade afora, e fiquei aliviado ao ver que ter passado quase um mês verificando diariamente se o ingresso estava disponível pela internet tinha valido a pena, já que a fama é que existe fila pra entrar lá quase que 24 horas, e ela nunca é pequena.

Após algumas horas no museu (ainda assustado com a ideia de como duas famílias viveram por tanto tempo dentro daquele lugar mínimo, onde não se podia sequer abrir as cortinas!), resolvi dar mais uma caminhada, pois o horário do walking tour que eu iria participar era apenas no início da tarde. Resolvi caminhar até o Rijksmuseum (apesar de ter ficado com MUITA vontade de entrar ao passar por ele, não deu tempo de visitar) e tirar a foto do famoso "IAMSTERDAM". A caminhada foi longa, e o que eu já havia reparado ao ir pro museu da Anne Frank, somando-se ao que todo mundo fala da cidade, é de fato verdade: Amsterdã tem MUITA bicicleta! Posteriormente ouvi que realmente existem estimativas de que na cidade existam mais bicicletas do que pessoas, e não é difícil acreditar! Os ciclistas estão por toda parte, e na maior parte dos lugares de grande movimentação eles tem a faixa deles, mas é bom ficar sempre esperto ao atravessar as ruas, porque a qualquer momento você pode ouvir um "plim-plim" te lembrando que não dá pra checar se estão só vindo carros.

Precisei andar um bocado até onde o walking tour começaria, então só tirei a foto mesmo e fui direto pra região. Acabei almoçando no Burger King mesmo me julguem, mas eu não tinha muito tempo! e fui pra Dam Square, há uns 2 minutos dali. O pessoal já se aglomerava, e tinha uma quantidade considerável de gente 90% americanos principalmente por se tratar de uma segunda-feira à tarde. O guia era português, com um sotaque americano idêntico - por ter estudado em escola americana desde criança, segundo ele. O passeio foi legal e andamos bastante nas quase 2 horas e meia (com direiro a pausa em um "pub") e deu pra conhecer bastante sobre a cidade e a história de Amsterdã, famosa pela liberação do consumo da maconha e da prostituição, mas com fatos que demonstram a liberdade, vanguardismo e até compaixão que a cidade e o país em geral sempre tiveram, muitas vezes na contramão da Europa e do resto do mundo. O guia fez piada o tempo todo (mas o tempo todo MESMO) e ainda não cheguei a conclusão de que se isso foi legal ou não. No final ele se despediu de mim com um "Boasss viagenssss" com um sotaque beem carregado, mas como eu acho quase todo sotaque (do Brasil inclusive!) a coisa mais cute, acabei relevando qualquer outra coisa do guia-comediante.

Antes do próximo item do roteiro eu lembrei que tinha lido no blog da Bárbara que ela havia estado na cidade há pouco tempo e recomendou uma torta de maçã perfeita. Resolvi dar uma passada no local e senti uma vibe bem cool lá, não estava lotado e a torta é sem pestanejar muito a melhor torta de maçã que já comi. Depois me aventurei no já mal falado Museu do Sexo e sim, sou mais um a falar que é ruim. É ruim porque é raso, tem um apelo muito mais pornográfico do que histórico não estou sendo pudico, por favor! e tem todos os estereótipos de atração "pega turista". Ainda na linha pudico, confesso que fiquei meio incomodado de estar em um lugar onde pessoas de todas as idades +18 of course! se mostravam interessadas pelo assunto. Sei lá, acho que sou reservado e/ou ingênuo demais pra essas coisas. #NãoNasciDeChocadeira

À noite, vaguei pelo centro e dar uma conferida no famoso Red Light District (sou também careta demais pra ir em CofeeShop meu Deus, eu pareço um velho de 60 anos!). Completando toda a minha pureza, confesso que me senti extremamente incomodado ao ver as mulheres literalmente em vitrines com luz neon, algumas até fazendo gestos "convidativos" ao passar por elas. A sensação era de ver pessoas agindo como meros pedaços de carne, mas também sei que aquilo não existe só ali, e que lá é apenas mais visível. Depois do passeio, encontrei um restaurante italiano/argentino (?!) e devorei um prato com 3 tipos diferentes de carne, como bom filhote de leão carnívoro autêntico que sou.

O dia seguinte acabou sendo bem corrido, já que depois do café da manhã e do checkout (podendo ainda deixar a enorme mochila por lá até ir embora de vez S2), cruzei novamente a cidade a pé até chegar ao museu do Van Gogh. Com o ingresso também reservado de antemão, gastei quase 3 horas pelo museu, e apesar de relativamente cheio (mas não lotado, como já vi gente reclamar) achei super legal pois ele tem uma pegada meio galeria (ao exibir boa parte dos quadros pintados por Van Gogh) e meio museu (ao englobar as obras em diferentes momentos de sua vida, e explicar vários acontecimentos - como o caso da orelha cortada - em sequência e com objetos pessoais). Muito legal mesmo, e obviamente tudo lindo.

Quis ainda visitar o principal parque da cidade, o Vondelpark, mas a verdade é que de novo não daria tempo. Saí do museu já procurando um restaurante e após me perder algumas vezes na direção da estação, foi a conta de comer uma pizza (num restaurante italiano no melhor estilo Bom, Bonito e Barato), pegar a mochila e dar tchau pra essa cidade tão simpática e um pouquinho fria. Ah, e o trem não atrasou para nossa alegria!! Era engraçado saber que ao final daquele dia eu estaria voando de volta pro Brasil, e essa é a história do próximo e último ufa! post dessa série.

CONTINUA...

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