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domingo, 12 de abril de 2015

Pra onde ir? Parte 3 (ou: A ilha dos leprechauns)




E o relato da história que começa aqui e aqui continua: 

Um país frio, medieval e com um monte de pubs e consequentemente gente bêbada pra todo canto. Essa era a minha visão da Irlanda antes de pensar em ir pra lá. Conhecia algumas pessoas que já haviam estado no país, incluindo um ex-colega de trabalho que há pouco tempo havia saído de onde trabalhávamos, e com que me dava bem, apesar de nunca ter demonstrado muito interesse sobre seu intercâmbio. Alguns conhecidos, uns parentes meio distantes, e uma outra ex-colega de trabalho (outro emprego) que estava naquele momento na Irlanda.

Comecei a procurar informações sobre o país, e já fiquei impressionado com a quantidade de coisa que há sobre a Irlanda, principalmente feita por brasileiros. Blogs, sites, portais, vídeos e canais no Youtube, podcasts, enfim, informação a respeito não faltava. Com isso, fui percebendo o quanto era simples fazer intercâmbio por lá, basicamente por conta do processo de visto ser mais simples e com praticamente zero risco em comparação com os EUA. Mesmo com uma moeda mais valorizada, o custo de vida em geral não parecia nada de outro mundo, e ainda havia a possibilidade de poder trabalhar durante o intercâmbio!

Lembrando novamente, todas as buscas que fiz para os outros países também envolviam o já tão falado "curso na área", que sempre tive interesse em fazer. Logo, pra considerar a Irlanda de vez, foi hora de mandar e-mails pra algumas escolas que ofereciam o "short course" que tenho interesse. Encontrei alguns, de preços e durações diferentes, mas o importante nesse momento era basicamente saber que isso existia lá, já que só pretendo fechar isso quando estiver em solo irlandês. O grande ponto nesse caso é que indo pra Irlanda eu teria também que fazer um curso de inglês pra obter o visto na duração que me interessava (1 ano, apesar do curso ter duração de 6 meses), e talvez isso possa soar estranho, já que comentei sobre o meu conhecimento na língua. A questão é que pra ser bem sincero, nunca acreditei que o que sei fosse suficiente pra conseguir ter meses de aula com conteúdo técnico (fazendo somente o tal curso, como eu considerava inicialmente), e conseguir captar tudo que precisava, apesar da minha professora dizer o contrário. Assim, poder ter um semestre de aulas de inglês e depois fazer um curso desse tipo soava mais prudente pra mim.

Acho que deu pra perceber como tudo começou a se encaixar dentro do que eu queria, né? O que talvez pudesse estar pendente era: seria a Irlanda um país interessante PRA MIM? No sentido de viver um ano, numa cultura que até então eu não conhecia, num continente com tantas oportunidades (e digo isso no bom e no mau sentido)? Isso eu só fui descobrindo (e ainda estou a cada dia, mesmo sem ter chegado lá ainda), por meio de todas essas informações e pessoas com que fui interagindo. Fazendo um checklist: sempre me interessei por coisas "cult" (esse é um conceito meio difícil de explicar né?), e na minha cidade, apesar de não ter tantos exemplos dessa "característica", sempre curti ter contato. Sobre artefatos históricos em geral, mesmo sabendo que a Europa é mais do que só isso, nunca me aprofundei muito, mas sempre achei interessante e instigante (e pelo menos 90% dos RPG's de SNES que passei minha infância/adolescência jogando se passavam em ambientes com características do "Velho Mundo", hehehe). Além, claro, da possibilidade de conhecer diversos países próximos, sabendo que pra boa parte deles é possível viajar com custo bem baixo, é interessante pra quase todo mundo. Esses motivos estão parecendo ridículos mas na minha cabeça fazia sentido.

Ou seja, ainda que indiretamente, achei que haviam elementos nessa "pacote" que poderiam me interessar e justificar a minha ida essa justificativa seria pra mim mesmo, tá?. Enfim, tentando juntar a possibilidade de uma boa oportunidade pro meu futuro profissional (inglês e mudança de àrea de atuação) e pessoal (experiência de uma vida nova, num país novo, com cultura nova, e tudo mais novo num momento adequado), defini que esse realmente poderia ser o meu destino. Mas ainda faltava definir pra onde ir "dentro" da Irlanda, e isso fica pra parte final dessa série.


CONTINUA...

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